Municípios com menos de cinco mil habitantes e arrecadação própria inferior a 10% da receita total serão incorporados pelo município vizinho. O ponto consta da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Pacto Federativo, enviada nesta terça-feira, 05 de novembro, pelo governo ao Senado.
Na justificativa da PEC, o governo aponta que dos 5,5 mil municípios de todo o país, 1,2 mil poderiam ser atingidos pela medida por possuir população interior a 5 mil municípios.
Segundo o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, a medida poderá afetar até 1.254 municípios, em todo o Brasil. Em Santa Catarina, 39 municípios poderiam ser afetados, segundo estudo do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SC), do ano de 2017.
A incorporação valerá a partir de 2025, e caberá a uma lei ordinária definir qual município vizinho absorverá a prefeitura deficitária. Uma lei complementar disciplinará a criação e o desmembramento de municípios.
A PEC também estende as regras da execução do Orçamento federal aos estados e municípios. A regra de ouro (teto de endividamento público) e o teto de gastos seriam estendidos aos governos locais.
As prefeituras e os governos estaduais também poderão contingenciar (bloquear) parte dos Orçamentos dos Poderes Legislativo, Judiciário e do Ministério Público locais. Atualmente, somente a União pode contingenciar verbas de todos os Poderes. Os governos locais só conseguem bloquear recursos do Poder Executivo.
Segundo o Ministério da Economia, a PEC do Pacto Federativo acabará com a disputa judicial em torno da Lei Kandir, ao estender a transferência de royalties e participação especial do petróleo para todos os estados e municípios. Hoje, os estados negociam com a União todos os anos os repasses da Lei Kandir, que prevê que o governo federal deve compensar a desoneração de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para mercadorias primárias e semielaboradas.
A PEC também proíbe que estados e municípios se apropriem de recursos de fundos de pensão e depósitos judiciais de ações entre particulares para pagarem despesas.
Municípios catarinenses que seriam afetados pela PEC:
SC Bom Jardim da Serra 4.663
SC Guatambú 4.710
SC Lindóia do Sul 4.630
SC Vargem Bonita 4.635
SC Cordilheira Alta 4.253
SC Nova Itaberaba 4.339
SC Iraceminha 4.103
SC Jaborá 4.006
SC Paraíso 3.688
SC Ibicaré 3.290
SC Atalanta 3.268
SC Princesa 2.891
SC Morro Grande 2.918
SC São Bonifácio 2.922
SC Peritiba 2.880
SC Bandeirante 2.779
SC Coronel Martins 2.541
SC Rio Rufino 2.487
SC Urupema 2.492
SC São Bernardino 2.496
SC Águas Frias 2.397
SC Presidente Nereu 2.306
SC Santa Helena 2.288
SC Lacerdópolis 2.249
SC Bom Jesus do Oeste 2.153
SC Frei Rogério 2.077
SC Ermo 2.077
SC Ibiam 1.968
SC Cunhataí 1.949
SC Irati 1.952
SC Marema 1.952
SC São Miguel da Boa Vista 1.860
SC Barra Bonita 1.764
SC Tigrinhos 1.707
SC Jardinópolis 1.649
SC Presidente Castello Branco 1.630
SC Flor do Sertão 1.586
SC Lajeado Grande 1.461
SC Santiago do Sul 1.341
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